Psico… lógico! Buenos Aires no divã

Com certeza eu não fui a única a escutar no Brasil insinuações do tipo “ele/ela está até indo no psicólogo”, geralmente acompanhadas por um tom de “o caso é grave”. E também não fui a única no País a demonstrar resistência a “ter que ir” ao psicólogo em algum momento da minha vida.  Aos poucos fui me amigando com essa ideia de se conhecer melhor e resolver algumas questões que, em geral, taxamos como “culpa” dos outros. E até sugeri a um outro amigo que também experimentasse enfrentar os seus demônios, não sem receber um olhar ressentido ou de fúria porque, afinal, “não era para tanto”.

Meus preconceitos quanto a tudo isso foram desfeitos antes mesmo de ir morar fora, mas aqui na Argentina passei a outro grau de assimilação. Principalmente em Buenos Aires, difícil é encontrar quem nunca experimentou o divã, mais raro ainda quem veja essas “visitas semanais” com maus olhos. Ao contrário, todos comentam abertamente sobre as suas sessões. Não é à toa essa aceitação: a Argentina é o país com maior quantidade de psicólogos no mundo, 56 mil, e a capital e maior cidade do país concentra mais da metade deles.

O bom disso é que a maioria dos planos de saúde inclui algumas sessões ao psicólogo (o meu inclui 20 por ano, ou seja, 4 meses “free”) e sempre oferecem o que se chama “copago”: o plano paga uma parte do valor da consulta e o paciente complementa com uns 40 pesos por sessão – bastante razoável para os honorários que ficam numa média de 120 pesos sem convênio.

Todo mundo aproveita. Na minha opinião, principalmente porque os argentinos adoram um drama e são capazes de falar horas sobre uma mesma questão que o brasileiros resumiria num “pois é”. Ou seja, esse “mercado” se reatroalimenta no melhor estilo “vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?”.

2 thoughts on “Psico… lógico! Buenos Aires no divã

  1. Erica Shimamura 22/07/2010 / 03:48

    Oi, Rê, e aí, tudo bem?

    Adorei este post! Menina, me identifiquei na hora!!!
    Acho até que rende como pauta para o caderno em que trabalho, quem sabe?
    Se der certo, eu conto pra você.

    saudades

    Bjos,
    Erica

    • renatavmesquita 25/07/2010 / 19:27

      Rende até livro, Eriquinha! Se eu puder colaborar/frilar, me avisa! Beijos

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